domingo, 20 de novembro de 2016

BR 716




Em dado momento de “BR 716”, o protagonista Felipe(Caio Blat) diz algo como “Eu não sei o que vivi ou imaginei”. É bem assim que se desenrola “BR 716”, o novo filme de Domingos Oliveira. Como uma doce e intensa lembrança, com todos os ingredientes contidos nessa deslumbrante memória convertida em um belo filme.

Espécie de auto ficção sobre a juventude de Oliveira nos anos 60, onde tudo o que tinha era um belo e espaçoso apartamento na RUA Barata Ribeiro em Copacabana, amigos, amores e o desejo de ser escritor, “BR 716” é um filme festa. Intenso, fugaz, nostálgico, vivo e atual, muito atual.


Como todo “filme festa”, BR 716” é dotado de intensidade e agilidade em todos os momentos. Seus personagens aproveitam as famosas festas de Felipe(Blat) para viver o momento como se fosse o ultimo. Nesse terreno, os personagens vivem tudo a flor da pele, a plenitude do momento. Amores, paixões, ambições, desavenças e ideologias, sejam elas políticas ou artísticas. O Longa, dotado de uma vivacidade impressionante, reflete bem o “Seize The Day” e sua filosofia hedonista ao máximo. Constituído de pequenos fragmentos, "BR 176” se revela um mosaico, um pequeno retrato daqueles personagens essencialmente e excessivamente bêbados,envoltos naquele terreno, onde vivem, sentem e aproveitam cada segundo como se fosse o ultimo. Como se fosse preciso viver cada momento, de cada festa e eternizar lós. Como se os momentos fossem pó que escorrem da palma da mão.


Domingos Oliveira é do tipo de artista que não separa o amor da arte, o trabalho da vida. Tal qual  François Truffaut, Woody Allen e Roger Vadim, só para citar alguns. E assim como os filmes destes acima citados, “BR 176” exala paixão e poesia. Oliveira envolta seus personagens essencialmente e excessivamente bêbados- de álcool e de paixão, numa atmosfera de embriaguez e num mundo á parte.  Mas não confunda, “mundo á parte” com alienação. Pelo contrário, a revolução de Felipe e sua turma se dá através da arte, da poesia, do amor e ás vezes, da política, tal qual o jovem trio protagonista  de “Os Sonhadores”.

Envolto nessa atmosfera de embriaguez do álcool e das paixões, Domingos Oliveira instala e desnuda seus personagens com tamanha delicadeza e poesia, munido de movimentos de câmera circulares e panorâmicos. Assim, o diretor nos proporciona cenas de tamanho deleite. Como se o que estamos assistindo não fosse “real”, como se estivéssemos em um sonho e pudéssemos acordar a todo o momento mesmo não querendo.  Oliveira capta a intensidade de cada segundo da paixão que acomete seus personagens naquela atmosfera de embriaguez, captando e revelando a beleza de seus corpos em uma dança, a beleza de seus rostos, apostando em closes de tamanha beleza de seu elenco que iluminam, dominam e encantam a tela. Como os personagens de Sophie Charlotte, Glauce Guma(Melhor atriz coadjuvante em Gramado merecidamente. Pois interpretou com brilhantismo uma personagem que vive na linha tênue entre a paixão e a loucura), Maria Ribeiro, Gabriel Antunes e Álamo Facó. Maria, Caio,Sophie e Álamo interpretam um duelo amoroso que nasce e morre, pra depois renascer em outros rostos, pois assim são as paixões que nascem naquele terreno, naquela atmosfera que é o apartamento de Felipe, fugazes e efêmeras. Mas que seja eterno enquanto dure.

A câmera de Oliveira capta esses momentos, tanto os da alegria esfuziante da festa(os personagens passando por baixo de uma corda é impagável), quanto os de entrega de amor, do sexo, da embriaguez, das discussões políticas e das crônicas de bêbados de personagens totalmente embriagados, de álcool , de amor, de filosofia e de poesia como um voyeur, um voyeur da própria festa, ali a espreita observando a própria vida renascer diante da câmera, para depois brotar na tela. Momentos estes que o cineasta captura com destreza e agilidade, antes que sejam tomados por outros, como de fato sempre são. Tamanha a quantidade de histórias, tramas, discussões e amores que nascem naquele apartamento e nos arredores da onde os amores de Felipe e sua turma nos levar. Domingos mergulha nas histórias de amores, ideologias, emoções e discussões filosóficas sobre amor, arte e vida com tamanha intensidade para depois submergir em rápidos e intensos mergulhos em seu baú de memórias que se tornou ficção.

O Cineasta construiu um filme moderno, arrojado, intenso e vivo. Seus personagens e seu filme são dotados de uma jovialidade, de um frescor e de um despudor impressionantes. Só quem carrega a juventude na alma como Domingos Oliveira poderia construir personagens e um filme tão intensos e frescos quanto esses.

A vertente pela qual a obra de Domingos Oliveira é mais conhecida, a verborragia, se faz presente em altas doses em “BR 716”. Poesias, filosofias, amores, declarações, ideologias e lamentos saem da boca de seus personagens de forma entregue e apaixonada, com um despudor característico que só o álcool, de preferência, whisky bebido como água, a ressaca e as lembranças que restam da noite anterior no dia seguinte podem proporcionar.


Oliveira, um jovem na alma tal como é, não se contentou em retratar a juventude da sua e de todas as épocas em “BR716”, o diretor também adotou escolhas estéticas que podem ser consideradas modernas,arrojadas. A começar pela metalinguagem, o que leva o espectador a questionar se aquilo que assistimos ocorre no “tempo fílmico real”, é uma lembrança ou uma nostalgia rememorada? 
Como Ernest Hemingway em “Paris é Uma Festa”, aquela que Woody Allen representou tão bem em “Meia Noite Em Paris” e que nos fez refletir em qual dos dois mundos gostaríamos de viver, a nostalgia, sendo ela nada mais que a fantasia ou a realidade? A quebra da “quarta parede” confere um tom confessional e aumenta a sensação de intensidade , despudor e entrega daqueles personagens aos momentos e as paixões.  A fotografia ora luminosa e solar, mas na maioria do tempo, um preto e branco elegante, quase como um retrato se não vivo, muito bem conservado. O uso de drones e câmeras no teto, a trilha sonora, clássica e atemporal(que foi responsável por dar ao filme um dos seus 4 Kikitos no Festival de Gramado).

Para um cineasta como Domingos Oliveira, as experiências, os amores, servem de combustível para a vida pra arte, já que não existe divisão entre arte e vida, amor e trabalho.  Assim, pudemos conferir as experiências que serviram de inspiração para a criação de clássicos como “Todas As Mulheres do Mundo”, um clássico do nosso cinema. Se o combustível foram essas experiências retratadas em “BR 716’ ou pelo menos, uma fração fantasiosa delas, não é de se espantar de que Domingos Oliveira tenha se tornado o melhor cineasta brasileiro. Posso afirmar, mesmo sem ter visto “Infância”, que “BR 716”, é um dos melhores filmes de Domingos Oliveira na presente década, na qual sua obra passa por uma fase nostálgica, vide “Juventude”, “O Primeiro Dia de Um Ano Qualquer”, “Infância” e este “BR 716”.  

Se a intenção de Domingos Oliveira era deixar o espectador com vontade de participar de algumas de suas festas, de alguns de seus filmes , com vontade de sonhar, posso dizer que o objetivo foi atingido com êxito, pois quero atuar nos seus filmes, ser seu amigo e frequentar as suas festas, já que sonhar não custa nada, como bem sabem os personagens deste filme.  “BR 716” é como um sonho lúcido e bom, um deleite do qual você nunca quer despertar.

Não importa mais se o que é mostrado foi real, uma lembrança, pura ficção ou um hibrido das coisas, a magia do cinema tornou tudo eterno. Corram para a sala de cinema mais próxima.














  


quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Café Society


Lançando um filme por ano, Woody Allen tem o que chamamos de Estilo, ou “Cinema de Autor”, se preferirem. Suas histórias podem mudar, a ambientação pode mudar, pode ser Londres, Roma, Paris ou Los Angeles e a sempre amada e admirada Nova Iorque- como neste caso. Mas o fato é suas histórias continuam basicamente as mesmas na essência: Personagens neuróticos, entrechos amorosos, reflexões sobre o sentido da vida ou a busca pelos sonhos e objetivos.

Mesmo retrabalhando temas, Allen consegue fazer eles soarem frescos, e ainda magicamente encantadores. É o caso de “Café Society”, que se passa em 1930, durante a Era de Ouro de Hollywood.


O Jovem Bobby(Jesse Eisenberg), cansado da rotina na joalheria da família em Nova Iorque, quer se tornar um famoso roteirista em Hollywood, o que faz a mãe do rapaz, Rose(Jeannie Berlin), implorar ao tio do rapaz- e irmão desta, Phil(Steve Carell) por uma chance. Só que Bobby se apaixona pela secretária deste, Vonnie(Kristen Stewart), enquanto ela se apresenta a cidade ao jovem sonhador.


Woody Allen não mentiu quando disse que “Café Society” era como um romance, e que por está razão era o narrador da trama, desse romance. Café Society é um filme simples, mas mágico,delicioso e extremamente agradável de se assistir. Ouso dizer que é seu melhor filme desde “Meia -Noite em Paris”. O filme estrelado por Owen Wilson continua sendo o meu favorito de Allen, mas esse estrelado por um talentoso Jesse Eisenberg chegou perto, bem perto. Já garantindo um lugar entre meus favoritos.

Estruturado como um retrato, um recorte, ou mesmo como disse o próprio diretor, um romance sobre a vida de Bobby, “Café Society” é um filme sobre o fascínio, sobre o sonho dourado(afinal, a grama do vizinho é sempre mais verde, ou pelo menos aparenta ser. O longa é como aquele livro absolutamente encantador que você não quer que acabe, com aquele personagem que parece ser seu alter ego de tanto que nos identificamos com ele.

Woody construiu uma história repleta de magia, encanto e glamour. Ao assistir ao filme embarcamos numa atmosfera glamorosa de sonho. O sonho americano das mansões de Hollywood, das festas, das negociações, do ar estrelado, da magia do cinema de estrelas e diretores como Billy Wilder e Rudolph Valentino de um lado, a magia da Café Society, de outro, onde Bobby encontra o seu lugar ao sol. Allen pode rodar o mundo, Roma, Paris,Londres ou Barcelona, mas acaba sempre retornando ao seu lugar de origem. Ah, Nova Iorque, sempre Nova Iorque.


   Allen estruturou muito bem o seu enredo. De um lado, a era de ouro de Hollywood, de outro a típica família judia neurótica levemente disfuncional com seu humor irônico, sarcástico e mordaz característico. Tudo isso, unida a uma versão romanceada e satírica da máfia da época, através do irmão de Bobby, Ben(Corey Stoll).

De fato, Woody revisitou antigos trabalhos nesse novo filme. Do encanto com sonho dourado, ter uma profissão que não a sua, viver em um lugar- ou época que não os seus, remetem a “Meia-Noite em Paris”, o cinema e suas estrelas como modo de fascínio e entretenimento de “A Rosa Púrpura do Cairo”, do mundo das artes colidindo com a máfia de “Tiros Na Broadway”, ou ainda a magia e o encanto meio inocente de uma época vista com muito glamour como “A Era do Rádio”.


Allen imergiu o espectador em um universo mágico priorizando sua história muito bem construída, com pontos bem amarrados que se interligam, cuja estrutura remete ao clássico “Se Meu Apartamento Falasse” de Billy Wilder(observem o clímax do filme). Tudo isso somado a  conjunto de fatores que vão desde a montagem episódica, a belíssima fotografia que mescla um azul solar, com o dourado próprio do glamour entre outros tons, aos atores e a direção e o roteiro de Allen, que como sempre prioriza a dinâmica ator-texto, abusa dos closes e dos planos de conjunto.


O humor de situação,involuntário, mordaz, sarcástico e irônico de Allen se faz presente com Jesse Eisenberg assumindo o clássico alter ego do diretor mais uma vez. O ator faz de Bobby, um autentico jovem idealista e sonhador, mesclando a visão inocente do personagem sobre o mundo de glamour a qual sonha pertencer com um humor sarcástico, brilhando em situações em que Bobby falava com uma sinceridade desconcertante ou simplesmente agindo. O humor aqui, como grande parte dos trabalhos de Woody Allen, surge naturalmente das situações, sem grande esforço. Muitas vezes o personagem não falava nada, apenas uma pequena ação ou a constatação de um fato já provoca gargalhadas.

Os personagens estão em processo de construção ou desconstrução durante o filme. Assim, é delicioso ver Jesse Eisenberg(Bobby), Vonnie(Kristen Stewart) e Veronica(Blake Lively) e Phil(Steve Carell), desconstruírem as “personas” de seus personagens, ou apenas demonstrando novas facetas desses personagens, que afinal de contas são seres humanos, e a observação- por vezes sarcástica da alma humana é uma das matrizes da obra de Woody Allen. Talvez por isso o diretor tenha o amor e os inevitáveis encontros e desencontros amorosos como uma de suas marcas. Pois quando amamos, a alma humana fica naturalmente vulnerável, permitindo enxergar o seu interior com facilidade.


Por fim, “Café Society” é uma viagem deliciosa e mágica que Woody Allen nos proporciona. Ao nos fazer viajar para a era de ouro de Hollywood e para a efervescência da Café Society e acompanhar os sonhos de Bobby em meio ao glamour, Woody nós dá uma passagem para um universo encantador. Uma pena que a viagem é curta, como um bom livro que não conseguimos largar antes do fim, e quando acabamos, ficamos com gosto de quero mais.  Obrigado Woody, por mais uma viagem mágica, encantadora, sensível e delicada aos sonhos.     





  

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Capitão América:Guerra Civil



A Primeira coisa que você precisa saber sobre “Capitão América: Guerra Civil” é que ele é na prática, não só o terceiro filme do Capitão América, mas também, o terceiro filme da saga dos Vingadores. Só que dessa vez, ao invés de lutar por um mal em comum, os nossos heróis estão divididos em dois pontos de vista dos seus respectivos ideais de bem, encabeçados por Tony Stark, o Homem de Ferro (Robert Downey Jr) e Steve Rogers, o Capitão America (Chris Evans), concluindo assim, a terceira fase do universo cinematográfico da Marvel.

O filme começa com os Vingadores tendo que lidar com as consequências das suas ações, a moralidade de seus atos. Após uma batalha que gera uma catástrofe, os Vingadores sofrem a intervenção governamental que quer controlar os atos dos heróis, porém, Steve Rogers (Chris Evans) é contra, pois considera essencial a liberdade dos heróis. Tal fato, o coloca em rota de colisão com Tony Stark (Robert Downey Jr). Dividindo assim as equipes em #TeamCapitão e #TeamHomemdeFerro.

Dirigido pelos irmãos Russo, o filme possui agilidade narrativa e grandiosidade visual. O dinamismo, a destreza e a agilidade na maneira de dirigir, resultam em impacto e grandiosidade visual, mantendo os espectadores vidrados na ação a todo o momento.

A agilidade na direção das cenas de ação é impressionante. Conduzidas pelos irmãos Russo de forma dinâmica a todo o momento, o que impede o espectador de se cansar das 2hs37min de duração do longa, que passam no piscar de olhos.

O Dinamismo presente na narrativa, permite aos cineastas desenvolver varias frentes de ação na narrativa, primando por uma direção coreografada, permitindo assim dar o devido destaque a performance dos atores nas cenas de combate corpo a corpo.

A montagem é um elemento de grande importância na dinâmica do filme, lhe conferindo assim uma agilidade impressionante. Ao adotar a montagem paralela, o longa poderia falhar na dinâmica, confundindo assim o espectador. Não é o que acontece aqui, ainda bem. Ela é utilizada aqui com maestria, mantendo a força das cenas e não confundindo o espectador, o que poderia acontecer, já que a montagem faz idas e vindas temporais a todo o momento, entretanto, devido à forma hábil com que é utilizada, a montagem situa o espectador perfeitamente no tempo fílmico.

O elenco inteiro entregue performances aprimoradas. De Chris Evans (O Capitão América), ao Homem de Ferro (Robert Downey Jr), passando pela Feiticeira Escarlate, passando pela Viúva Negra (Scarlett Johansson) até as performances especiais de Paul Rudd (Homem Formiga) e a estreia do novo Homem-Aranha (Tom Holland).

O roteiro de Christopher Markus e Stephen Mcfeely é absolutamente fantástico. Poderia listar muitas razões, mas citarei apenas algumas. Em primeiro lugar, a dupla criou cenas de ação de memorável impacto visual, primando pela agilidade. Agilidade está que está presente em toda a narrativa. Não só as cenas tem impacto visual, como é um filme com grande velocidade de acontecimentos, mantendo assim o espectador empolgado durante toda a duração do filme.

O outro motivo pelo qual eu destaco o trabalho na dupla no roteiro foi o humanismo impresso nos personagens. Como já é característica dos trabalhos da Marvel (os X-Men são a maior prova disso), os personagens nesse filme tem que lidar com conflitos internos complexos, conflitos esses muito bem desenvolvidos pela dupla de roteiristas.

Questões como a moralidade, altruísmo, perdão, ressentimento, culpa, superioridade, além da grande questão que permeia todo o filme: Já que os heróis são tão humanos, tão “gente como a gente” devem ou não ser responsabilizados pelas consequências- mesmo que indiretas dos seus atos?

Só mais três adendos: A perfeita Viúva Negra da Scarlett Johansson merece um filme solo tipo pra ontem. Já na expectativa para os novos filmes do Homem-Aranha (Tom Holland muito bem no papel, finalmente um Peter Parker com quem me identifiquei) e do Homem-Formiga do sempre sensacional Paul Rudd.

Concluindo, “Capitão América: Guerra Civil” é nada mais do que uma conclusão épica que fecha com chave de ouro um ciclo no universo cinematográfico da Marvel. Ansioso para ver o que vem por ai.



domingo, 27 de março de 2016

Batman vs Superman: A Origem da Justiça


Uma das coisas que mais me incomodavam nos personagens da DC Comics é que eles eram muito “perfeitos”. Eles não tinham até então, problemáticas reais , erros, defeitos como todos nós. “Em Batman vs Superman: A Origem da Justiça” os personagens são humanizados, tonando-os mais interessante aos olhos do público.

O conceito de moralidade , dos “dois lados de uma mesma moeda” , permeia todo o filme. Bruce Wayne/Batman( Ben Affleck)e Clark Kent/Superman(Henry Cavill) estão de lados opostos com um cada um responsabilizando o outro pelas consequências que seus atos trouxeram para a sociedade. Porém , eles tem uma ameaça em comum:Lex Luthor(Jesse Eisenberg) que pretende usar a Krypitonita de um navio naufragado em seus planos, forçando assim os dois heróis a superarem as diferenças e lutarem juntos pelo bem comum.
O filme pode ser classificado tanto como uma narrativa de grande impacto visual, quando um grande estudo de personagens que fogem do maniqueísmo, desconstruindo uma “perfeição aparente” que costumamos ver nos personagens dos quadrinhos.

Zack Snyder dirige o filme com grandiosidade,destreza e agilidade  impressionantes Dando as sequencias de ação , o impacto , o dinamismo e a força bruta que elas exigem. Tudo na tela parece grandioso- e realmente é.

Com  uma atmosfera densa e soturna, auxiliada é claro, por uma excelente fotografia, o cineasta imprime um clima sombrio e de violência ao longa metragem no qual o realismo cênico das cenas impressiona. Apostado em cenas longas e cortes bruscos.  O resultado é uma narrativa visualmente instigante que impressiona não só pelo retrato sombrio de suas lentes , mas sobretudo pela capacidade de surpreender o público a todo o momento com elementos surpresa de grandiosidade, potencia visual e sonora ao nível máximo. Fazendo os desprevenidos pularem da cadeira a cada ataque inesperado.
 Sim, há destroços, há catástrofes e explosões(observem uma das sequências finais do filme), mas tudo é grandioso mas veromissel, por mais fantástico que o filme possa ser(afinal, estamos falando de super-heróis), o que quero dizer é que todas as sequências do filme, registradas de forma impactante pelo diretor que não economiza em retratar a brutalidade inserida naquele universo de forma ágil.

Por falar em brutalidade, é nos duelos corpo a corpo dos heróis que Snyder , um admirador do culto ao corpo se sai melhor .Nas cenas de luta, comandadas pelo diretor de forma excepcional é que podemos evidenciar não só o impacto da força bruta dos personagens, com duelos de tirar não só o fôlego mas também sangue e faíscas. Lá além de observarmos pela primeira vez a força dos personagens , percebemos também os seus diferentes conceitos de moral. Com um Bruce Wayne /Batman (Ben Affleck) , sanguinário , mas também amargurado e solitário e um Clark Kent/Superman(Henry Cavill) idealista e ético(seguindo sua própria ética, é claro).

Essa questão da moralidade e da ética é uma questão que percorre toda a narrativa. Evidenciando os dois lados , “Batman VS Superman” é um filme de opostos. Opostos esses muito bem caracterizados por Snyder na sua competente forma de dirigir , evidenciados pela montagem eficiente, imprimidos pela competente dupla de roteiristas Chris Terrio e David S. Goyer e defendidos por Affleck e Cavill de forma competente e verdadeira.

Mas os heróis desse filme, são personagens em camadas. Como se Batman e Superman fossem só mais uma das muitas personas de Bruce Wayne e Clark Kent. O Wayne impressionante de Affleck é sim um sanguinário, sim um milionário solitário com uma certa amargura, alguém que só no Mordomo Alfred de um Jeremy Irons seguro e inspirado confia. Bruce é um milionário amargo, solitário que começa a repensar as consequências mesmo que indiretas dos seus 20 anos de atuação como o homem-morcego de Gothan. Mas também é um milionário que sabe aproveita as boas coisas da vida, galanteador, principalmente diante da misteriosa Diana Principe(Gal Gadot). Affleck calou lindamente a boca dos hatters que protestaram contra sua escalação como o homem-morcego, construindo um personagem cheio de nuances e narrativamente mais interessante que o Superman da Cavill. Louco pra ver ele no filme solo do Batman que ele vai atuar, dirigir e escrever o roteiro. Além de bom ator, Aflleck é um talentoso roteirista e diretor(vide “Gênio Indomável” e “Argo”).

Jeremy Irons como o Mordomo e confidente Alfred , sábio para aconselhar Bruce/Batman mas estrategista e inteligente o suficiente para tomar o comando da ação quando necessário, e a bela e destemida jornalista Lois Lane de Amy Adams funcionam como a consciência de Batman e Superman respectivamente, os levando a refletir sobre as consequências de suas ações, sejam elas boas ou ruins. O Único personagem que não apresenta uma “outra face” é Lex Luthor , o maníaco inimigo do Super-homem e do Batmam por tabela. O Personagem não possui uma “outra face”, o que não quer dizer que o Vilão defendido por Jesse Eisenberg de forma brilhante não tenha camadas. Só que a sua loucura e insanidade está presente ali a todo o momento, desde o inicio. O Personagem não tenta esconde-la com uma outra persona, pelo contrário mostra ela a todo o custo, o que garante alguns dos melhores momentos de humor do longa metragem. Sua personalidade louca e insana só se agrava ao longo do filme até seu clímax.

No fim , Zack Snyder e sua equipe e elenco fizeram de “Batman VS Superman: A Origem da Justiça”, um filme bom , muito bom. Visualmente,tecnicamente e narrativamente falando. Só senti falta de duas coisas: A edição poderia ter um pouco mais de dinamismo, isso teria tornado o filme ainda mais empolgante do que já é. Mas a bela direção de Snyder faz esse trabalho com maestria , mas não custava nada uma ajudinha né? E de uma cena pós créditos. Mas a falta dela é proposital. Para aumentar nossa ansiedade para o filme da Liga da Justiça.




domingo, 14 de junho de 2015

Aloha


Acho que ninguém esperou tanto “Aloha”(Sob o Mesmo Céu no Brasil) quanto este que vos escreve. Fã confesso e admirador incondicional do trabalho do cineasta Cameron Crowe( que rendeu até um fan film sobre sua obra(veja no fim da página), minhas expectativas para este novo filme estavam potencialmente altas.

“Aloha” nos apresenta a Brian Gilcrest(Bradley Cooper), um piloto da aeronáutica a quem é dada uma nova chance de recomeçar no Hawaii após falhar na sua ultima missão.

Todo o estilo cinematográfico de Cameron Crowe está presente em “Aloha”. Personagens uncool, frases marcantes, trilha sonora afinada(embora aqui ela assuma uma vertente mais intimista, o que requer atenção para nota-lá). Incluindo ainda, citações a cultura pop e uma criança carismática com inteligência emocional acima da média, Mitchell(Jaeden Lieberher).

A diferença deste novo trabalho dos demais filmes de Cameron Crowe é que o cineasta segue seu estilo, incluindo elementos conhecidos de trabalhos posteriores ao mesmo tempo que o subverte.

Dessa vez,o silêncio tem o mesmo peso que os diálogos na narrativa, resultando em um filme mais contemplativo, sensorial e intimista, a exemplo do seu trabalho anterior , “Nós Compramos um Zoológico" só que aqui numa potência ainda mais elevada.

O longa nos introduz a um estudo de personagem, no caso o protagonista Brian Gilcrest(Bradley Cooper), são as emoções dele que nos guiam, sua jornada pessoal dita o rumo do filme.

Se a intenção de Cameron Crowe era dar um novo rumo a sua carreira, ou pelo menos se permitir experimentar, digo que ele cumpriu seu objetivo com louvor. Ao alterar o mix do seu trabalho, proporcionou ao espectador- e a ele mesmo acredito, um desafio. As sensações , os sentimentos escondidos são a matriz de “Aloha”. Dessa forma, o cineasta desafia o espectador a conhecer os sentimentos do personagem , e por que não dizer coloca o espectador em um estado de autoconhecimento a cerca dos seus próprios sentimentos.

Cameron Crowe fez aqui mais do que um estudo de personagem. Ao deslocar o já deslocado Brian(Bradley Cooper) para o Hawaii, botou o personagem em um estado de reinicio pessoal, o expondo as suas relações interpessoais e aos sentimentos do personagem, deixando-o em uma posição no qual ele deve escolher entre o antigo amor, Tracy, (interpretada por Rachel McAdams de forma excepcional. McAdams tem uma cumplicidade cênica com Cooper que exala beleza e sentimentalismo ao longa, e Allison(Emma Stone), deixa o personagem na posição de escolher entre o velho e novo. Como se os interesses românticos do personagem fossem uma analogia para os caminhos que ele deve percorrer em sua jornada pessoal. Jornada essa deveras solitária, diga-se de passagem.

A jornada pessoal de Brian se assemelha a de outro protagonista de Cameron Crowe, Drew(Orlando Bloom) de “Tudo Acontece em Elizabethtown”(2005). Aliás, os dois filmes tem muitas semelhanças. É Cameron Crowe revisitando a própria obra com outro olhar, um olhar mais maduro.

A imagem tem força dramática em “Aloha”. O fato do filme se passar na bela paisagem havaiana coloca o personagem em posição de autorreflexão e exala sentimentalismo a quem assiste. Mas não um sentimentalismo barato e superficial, o diretor consegue imprimir compaixão e ternura ao seu trabalho, proporcionando assim um festival de bons sentimentos ao espectador.

A frase “os melhores perfumes estão nos menores frascos” se encaixa com perfeição em “Aloha”. Enquanto eu assistia, impaciente como sou, fiquei a espera do “pequeno grande momento” presente nos seus trabalhos como diz um dos personagens de “Crowe´s World”, o meu curta-metragem em homenagem ao diretor. Impaciente que o tal grande momento não havia chegado e o filme já estava perto do fim. Na verdade,”os pequenos grandes momentos” estavam e estiveram ali o tempo todo, nos mínimos detalhes. a imagem e o cenário e a musica  traduzem os sentimentos não ditos, elas constituem esses tais momentos e dão a tônica do longa.

Ter o Hawaii como cenário não foi uma escolha aleatória. De certa forma, a pureza, a musicalidade e os rituais daquele povo são um combustível para a trajetória de recomeço de Brian(Bradley Cooper), sua força interior se personifica nas belezas daquele lugar paradisíaco, mesmo que pra recomeçar ele precise se livrar de algumas pedras pelo caminho. Ao mesmo tempo que Cameron Crowe presta uma bonita e singela homenagem a cultura e povo havaiano com toda a beleza, musicalidade e rituais presentes.

Todos os personagens principais são ao meu ver representação de algum sentimento na jornada do protagonista Brian Gilcrest. Allison(Emma Stone) representa muito além do interesse romântico do personagem de Cooper. Ela é a vitalidade, a novidade que faltava na vida de Brian, o problema é que ele é solitário como ele mesmo diz. Mas Allison certamente interfere na dinâmica da rotina do personagem com seu humor e personalidade solar.

Tracy(Rachel McAdams) representa aquela ligação forte do passado que ele deixou pra trás.  Woody(John Krasinki), representa o silencio narrativo, a capacidade de dizer muito não falando nada e seu rival amoroso(uma cena dotada de humor deixa claro essa opção). General Dixon(Alec Baldwin), que repete a parceria com Crowe de “Elizabethtown” representa a volta as raízes. Uma cena em particular lembra o personagem do ator naquele filme.

O sempre sensacional Bill Murray está ótimo como Carson Welsh. Sua presença ilumina a tela é do ator uma das melhores sequências do longa ao lado de Emma Stone(Allison).

Bradley Cooper está magnífico como o “uncool”/”Underdog” da vez Brian Gilcrest. O ator tem carisma e emana sentimentalismo e emoção nas nuances mais simples. A escolha de Cameron Crowe em escolher o big close para muitas das cenas dele, representa a força interna, as emoções e sentimentos do personagem. É preciso salientar a química do ator com Jaeden Lieberher  (Mitchell), o filho caçula de Tracy(McAdams) é linda de ver. Os personagens constrói uma relação afetiva muito bonita de ver, apesar das poucas cenas juntos.   É impressionante como Cameron Crowe consegue sempre crianças carismáticas em seus filmes , extraindo delas uma sensibilidade pueril e encantadora.


“Aloha” é um filme sobre segundas chances, sobre recomeços. Um filme onde a imagem possui múltiplos significados e é repleta de simbolismos. Me lembrou de dois filmes particularmente, “Boyhood” de Richard Linklater, um filme que tal como esse o diálogo, a imagem muitas vezes silenciosa e a musica tem todos mesmo peso e significado e “Encontros e Desencontros” de Sofia Coppola onde o silencio traduz sentimentos e a imagem é repleta de significados e mensagens subliminares(reparem numa cena em especial no fim do filme, representa muito bem essas mensagens nas entrelinhas)

“Aloha” é um feel good movie de primeira grandeza. Repleto de mensagens subliminares,emana sentimento , força, esperança a quem o assiste. É o filme certo na hora pra hora certa. “Aloha” é um filme edificante que reestabelece nossa fé e esperança na vida e nas pessoas. Sempre é possível recomeçar.

Muito obrigado Cameron Crowe por este lindo e reconfortante filme, valeu a espera.     



·        Pra quem é fã do cineasta, reparem numa musica utilizada no longa por poucos segundos. Nela está a prova que o diretor revisitou o próprio trabalho neste filme.


Crowe´sWorld”, o fan film que escrevi , dirigi e fiz uma participação em homenagem ao Cameron Crowe , sua filmografia através das referências da sua filmografia presentes no seriado “Entourage”. Assistam,comentem e compartilhem. 


terça-feira, 9 de junho de 2015

Top Five: Meu aniversário




Resolvi ressuscitar o blog por um motivo bem especial. Hoje é meu aniversario e eu aproveitei os últimos minutos dos meus 22(finados) anos para elaborar um divertido top Five- calma gente , não é o do CQC- pra vocês saberem os meus gostos culturais – entre música , filmes, seriados e livros. Afinal, como os personagens de Nick Hornby, acredito ser possível definir a personalidade de uma pessoa através de seus gostos.



- Filmes:

5) “Escola de Rock” (Richard Linklater, 2001)

Esse é a minha lembrança mais remota de um filme marcante- ao lado do delicioso “Mudança de Hábito”. Sempre fui apaixonado por musica,e ter nesse filme um professor doido e adorável que liberta seus alunos através do rock n´rool é maravilhoso , divertido , com direito a cantar a plenos pulmões a trilha sonora e me divertir com as peripécias do professor interpretado por Jack Black e seus alunos.

4) “Os Incompreendidos” (François Truffaut, 1959)

Um dos principais expoentes da Nouvelle Vague Francesa, trata da estória de Antoine , alter-ego do diretor que como ele foi um incompreendido em todas as esferas sociais: Na escola , na família... Antoine não se encaixava, precisava de afeto e ele encontrou esse afeto na sétima arte. Se faltou afeto a vida do diretor- e consequentemente do personagem, François Truffaut soube deixar nesse filme doses extras de ternura , afeto e amor aos seus iguais. Além disso, possui uma delicadeza comum ao cinema oriundo da frança.

3) Cazuza- O Tempo Não Para(Sandra Werneck e Walter Carvalho, 2004)
Esse foi daqueles filmes “pontos de virada”. Lembro que me apaixonei pela obra do artista, a genialidade e a rebeldia do poeta exagerado. Minhas cenas favoritas do filme são a do encontro com os barões , o rock in rio 1985 e a cena belíssima da composição de “Eu Preciso Dizer Que Te Amo”. Já sei as cenas de cor e salteado.

2) O Lado Bom da Vida(David O. Russel, 2012) e Rock Brasília – A Era de Ouro(Vladmir Carvalho,2011)

Tive que infligir a regra e dividir esse tópico do top Five em 2. O lado Bom da Vida é – principalmente o Pat(Bradley Cooper) é meu espelho em tantos momentos. Na sinceridade cortante, a intensidade , de se sentir bem e confortável na própria pele, sem vergonha de ser ele mesmo. Pat me representa!

“Rock Brasília” foi uma experiência única. Poder mergulhar a fundo na trajetória da  Legião Urbana e do Capital Inicial nesse fidelíssimo documentário. Um retrato de uma época onde se tinha ideais artísticos e sociais, onde os jovens tinham ideais. Sabe aquela frase nasci na época errada? Então bem isso. Esse filme é fúria , amor, história e musica.

1) Quase Famosos(Cameron Crowe , 2000)

Escolher só um filme do Cameron Crowe é covardia. Todo mundo sabe do meu amor pelo diretor, que rendeu até um fan film. Escolhi “Quase Famosos” não só porque foi o meu pontapé inicial na filmografia dele mas também porque ele sintetiza o que o amar e perseguir um sonho acima de tudo. William, o protagonista do filme e alter-ego de Crowe ama a musica e cresce ao meio de uma turnê de uma banda de rock, onde descobre a si mesmo numa viagem regada a sexo, drogas e rock n´rool. Esse filme representa o sonho, mas não só o sonho do William, é o sonho de todos nós fãs de rock que queriam ter a oportunidade de viajar com sua banda favorita.

-Música

5) Oasis

Eles podem ser presunçosos, arrogantes mas são encantadores e talentosos. A banda liderada pelos irmãos Liam e Noel Gallagher atravessa gerações representando os amores, anseios e desejos de jovens de todas as idades. “Wonderwall”, “Supersonic”, Live Forever”, Songbird, “Don´t go away, Champagne Supernova e “Stand By Me” estão entre as minhas favoritas da banda. Eu espero que eles parem logo de besteira e retomem a banda logo.

4) Marilyn Manson

O meu amor maior. Eu amo, entendo e me identifico com ele e sua musica. Através de metáforas ele critica os dogmas vigentes na sociedade como a escola, religião e família. Nas suas letras ele expressa toda a minha indignação com a sociedade e sua hipocrisia que tenta nos encaixar em rótulos e ditar regras. Não posso escolher uma música só então, vou escolher um álbum: Mechanical Animals.

3) Legião Urbana, Barão Vermelho, Cazuza e Renato Russo

Dividi de novo esse item porque pra mim essas são as bandas que melhor representam não só a minha pessoa ,mas é o retrato de uma geração.

A Legião é minha vida. Suas musicas são meu reflexo pela linguagem as vezes direta, as vezes através de metáforas. Tempo Perdido, Pais e Filhos, Metal Contra as Nuvens, Eduardo e Monica, Faroeste Caboclo, O Teatro dos Vampiros, Quase sem Querer e Mais uma Vez –essa da carreira solo de russo falam diretamente pra mim.

O Barão Vermelho e o Cazuza tinham – e ainda tem , com Frejat liderando a banda, uma particularidade muito interessante. Conseguiam retratar com delicadeza e romantismo os anseios , dores e amores de todas as gerações.

Minhas favoritas barão com Cazuza: Bete Balanço,Maior Abandonado, Rock em geral, pro dia nascer feliz ,Billy negão,subproduto de rock, todo o amor que houver nessa vida e blues do iniciante.

Cazuza Solo: O tempo não para , ideologia, exagerado, blues da piedade, faz parte do meu show, Ritual, Medieval 2 , Eu preciso dizer que te amo, Um trem pras estrelas e culpa de estimação.  

2) Elis Regina

A pimentinha é a maior cantora brasileira. E ainda hoje mais de 30 anos após sua partida ela continua reinando absoluta na musica brasileira. Elis conseguia unir doçura, energia , fúria e dramaticidade ao cantar.

Minhas canções favoritas: Águas de Março, tinha que ser com você, arrastão, redescobrir , alô , alô marciano, agora tá e o bêbado e a equilibrista.

1) Rita Lee

A rainha soberana do rock brasileiro. Lembro exatamente da primeira vez que a vi – eu tinha 11 anos e fiquei hipnotizado pelos seus cabelos vermelhos. Rita consegue unir o rock roll com um humor e irreverência únicos. Além disso, ela passeia por todos os gêneros musicais , sem deixar o rock de lado.

Meus favoritos:  A DISCOGRAFIA INTEIRA, IMPOSSÍVEL CITAR SÓ UMA.


- Livros


5) On the Road

A bíblia  do movimento beat é um ode a liberdade e o retrato da juventude  e a experimentação dos anos 50. Drogas, sexo, descobertas , musica e jazz estão nesse livro representado por personagens encantadores. Uma coisa é fato:  Dean Moriarty é o nosso anti herói favorito da literatura.

4 )Neuromancer

A obra prima cyberpunk de William Gibson me deixou com varias pulgas atrás da orelha mas certamente é marcante pela construção da Matrix(o ciberespaço) , por colocar elementos como o baixo nível de vida, clinicas clandestinas, personagens enigmáticos e tridimensionais. Todos os hackers ou amantes de tecnologia são um pouco como Case, tornando fácil a identificação com o personagem.  


3) Cazuza- Só as Mães são  Felizes

O Livro que inspirou o filme “Cazuza- O Tempo Não Para” retrata com muito mais fidelidade o que foi Cazuza, o filho amado e carinho, a rebeldia, os amores , a descoberta artística, a coragem em se assumir com AIDS em uma época extremamente preconceituosa e o amor extremado de uma mãe, Lucinha Araújo que não entregou os pontos nem após a morte do filho.

2) Fugalaça 

Satine, alter-ego da escritora Mayra Dias Gomes é uma adolescente em busca de um lugar pra chamar de seu, de alguém que possa preencher os vazios deixados pela morte prematura de seu pai. Há dor , há descoberta, coragem, compaixão , há verdade em Fugalaça. Satine tenta sobreviver ao inferno particular da adolescência, enfrentando dilemas típicos dessa fase, sem ter sarado antigas feridas.  Esse livro é especial pra mim, pois me trouxe a amizade da Mayra, amizade esta que eu valorizo muito.


1)    Feliz Ano Velho

O primeiro livro que falou diretamente pra mim, quase como um reflexo de mim. É o retrato de Marcelo Rubens Paiva após sofrer um acidente. É também a lembrança da sua juventude ate ali com a camaradagem, o amor, sexo, drogas e musica como elementos principais. Além disso, o livro que impressiona pela liberdade narrativa, linguagem coloquial, é também a visão de Marcelo sobre o desaparecimento de seu pai, o deputado Rubens Paiva, desaparecido durante o período negro que foi a ditadura militar.



  -Seriados


5) The O.C

Simplesmente porque a série teen mais verdadeira dos últimos 10 anos. Trata do jovem sem pudores, abordando temas como sexo , drogas, bullying, sexualidade, segundas chances,cultura pop  e família. E o melhor do seriado é a relação entre os irmãos adotivos Ryan  e o nerd Seth Cohen. Devo ao Seth a descoberta do meu lado nerd. The O.C é sobre família e  diferenças sociais. A primeira temporada vale pela série toda.





4) Keeping up With the Kardashians

Ué , reality Show? Eu não vejo diferença entre série ficcional e reality, pra mim é tudo uma coisa só. A única diferença é que os personagens existem. Eu amo a família Kardashian/Jenner. As brigas , as festas, as reconciliações, a carreira das kardashians/jenners , Khloe , a minha favorita e é claro, a momanager Kris e o seu “Kardashian Brand”.





3) Elementary

A versão moderna do Sherlock Holmes se passa na Nova York atual. Além de ter o excelente ator Jonny Lee Miller que construiu um detetive excêntrico, cheio de manias , frases de efeito, inteligente e com um humor ácido(tão eu). Elementary impressiona não só pela capacidade de dedução do personagem e como os pequenos detalhes fazem a solução do caso. A química entre Miller e Lucy Liu que faz a doutora Watson- uma versão feminina do parceiro do detetive, é deliciosa de assistir como os dois personagens antagônicos se completam.

  


2)    Entourage

Uma série sobre amizade e sobre a carreira em Hollywood. Um ator que leva a sua entourage de amigos enquanto precisa lidar com a industria e todos os aspectos do show buissness. Um buraco na fechadura sobre como são feitos os negócios na terra do cinema. Além disso, aborda a amizade masculina, o bromance com todos os aspectos que isso trás, piadas sujas, mulheres, drogas, sexo , festas e humor ácido.


1)    Californication

Livremente inspirada no escritor Charles Bukowski, Californication nos apresenta a Hank Moody , um escritor envolto em uma vida de vícios como sexo , drogas e a maldita falta de inspiração enquanto tenta se livrar do bloqueio criativo e retomar relações com a filha e a ex-namorada. Uma série despudorada em todos os sentidos.







Menções Honrosas

Filmes: Pearl Jam Twenty, We Bought a Zoo, Boyhood, Whiplash, A Teoria de Tudo , X-men: Primeira Classe e Hackers: Piratas de Computador, Um Lugar Qualquer, Intocáveis, Procura-se Amy, Gênio indomável.

Séries: Charmed, Alias, Ray Donavan

Música: Maria Rita , Nenhum de Nós, Beatles, Pearl Jam, Emicida, Eminem, Charlie Brown Jr, The Who, Coyote Shivers,Capital inicial, Beady Eye e The Pretty Reckless.


Livros: Misto Quente, Flores do Mal, Cartas na Rua, Mil e Uma Noites de Silêncio e Feérica.